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segunda-feira, 30 de abril de 2012

EVA

Venta e chove lá fora
e  uma flor deixa o galho
planando viaja no vento
viaja no tempo
viaja.
E vai a bela flor majestosa
suas cores no vento 
no tempo
no meu olhar.
E vai perfumada flor
seu aroma vai no vento
vai no tempo
e ainda fica.
Fica o aroma no galho
nas folhas
na raiz
na terra
em mim.
Vive a flor
no tempo, no vento
em mim
em nós.

Jorge Willian     Rio, 30/ 04/12 (0h e 1m)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

CONTROVERSOS

Já viveram dias como aqueles, disseram,
mas nunca iguais, advertiram,
como então pensar a igualdade
do que não é em si mesmo? perguntaram
debateram horas, dias, meses, séculos
e os dias continuam a passar
como aqueles dias,
mas nunca iguais
como?

JWCL,   Rio, 20 de abril de 2012 (2h e 45m)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

CHUVA

Chuva miúda lá fora refrescando dentro
Suave caindo sobre as folhas negras da noite
Chuva boa, carícia na pele quente
Suave como o tempo lento
Este que não corre,
Esta que cai e quer ser riacho
Indo em busca de buraco no chão.
Pequena chuva esta, mais que garoa
Chuva mansa, menos que temporal.
E lavando a terra e seus corpos
Pensamentos turvos lavados também
Chuva doida e doída também.
Chuva  sem receios
A chuva chove, amiga minha.

Jorge Willian

Rio 16 de abril de 2012  (03 h e 18 m).

DESENCONTROS

O tempo não passava, o relógio obsequioso não tictaqueava
Era um silêncio  tão profundo que tudo cobria e aquecia.
Nada, nem se quer o pensamento, produzia sons ou se mexia
No silêncio concentrava-se todas as energias.
Parecia, pois, que a morte havia se instalado naquele espaço
E os demais corpos ali também permaneciam inertes.
Tudo encontrava-se.


Fez-se um estrondo de repente e tudo correu para longe
Queria tudo, talvez, repetir o big-bang inicial do movimento.
E os corpos, enfim,  partiram em posições opostas em tempos incomuns
Tudo, até mesmo o pensamento,   não recordava mais do tempo sem  tempo
E a vida fingia instalar-se naqueles corpos e espaços.                             
Tudo era movimento, muitos tic-tacs, ponteiros alucinados                     
Energias desconcentradas em rumos desconhecidos. 
Solidão.


Jorge Willian 
Rio 16 de abril de 2012 (01 h e 45 m)


















segunda-feira, 2 de abril de 2012

SABEMOS




                              NO QUASE NADA QUE É A TERRA
        SOMOS MENOS QUE GRÃOS DE AREIA
           MAS SABEMOS QUE SOMOS
         EMBORA SEM SABER EXATAMENTE O QUÊ.
MAS PARA QUE A EXATIDÃO?
UM PORQUÊ PARA QUÊ?
ESTAMOS NESTA TEIA SEM ARANHA
PRESOS AO CHÃO
                  PRESOS À TERRA
   SUGADOS POR ESTA MASSA IMENSA
QUE NOS QUER RETIDOS
       CONTIDOS
         SOMOS POEIRAS NESTE PLANETA PÓ
NO ENTANTO SABEMOS QUE SOMOS
                SEM SABERMOS BEM O QUÊ
MAS EXATAMENTE SOMOS
POEIRAS PENSANTES RACIONAIS
                       POEIRAS TRANSFORMADORAS E DELIRANTES
SOMOS QUASE NADA
MAS CONTUDO SOMOS  
E DISTO SABEMOS


JWCL
Rio, 2 de abril de 2012