Idéia, dizem, perdeu o acento.
Perdeu não, tiraram dela.
Ideia quis gritar: "dá-me o que é meu",
Mas viu a arma em sua cabeça
E escutou a voz do outro lado da janela:
“Perdeu, perdeu!”
Idéia, com medo de morrer,
Aceitou a perda imposta por deus,
Sentiu-se estranha mas pensou:
Antes ele do que eu.
O ladrão-deus alegre se foi.
Ideia acelerou, então,
Passou por cima, deixou manco
O autoritário deus-ladrão.
Jorge Willian, 20/08/11 12h 55m.
2 comentários:
Porque o importante não é só a palavra, mas a idéia que se tem dela. Podem roubar-lhe mil vezes mil acentos, ela vai continuar sendo o que é, com o valor que tem. Esse é o tipo de coisa que ninguém tira de ninguém.
Por mais "pelada" que pareça estar.
José Saramago ficaria orgulhoso. Muita coisa do que o mestre defendia está aí.
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