São tristes as janelas
que permanecem barreiras
Na janela os pingos soam
e descem tristes
o vento bate
e travado volta
o olhar transpassa
mas retorna fosco
a pedra não
ela ultrapassa a fronteira
dissolve o entrave
destrói o estorvo
sonoriza sua passagem
atinge seu desejo
estilhaça o vidro.
Há pedras, porém
entristecidas no caminho
não se movem, não voam
seus desejos calam
não conhecem as janelas intactas
que gritam de emoção e de alegria
quando espatifadas
quando cacos no chão
quando tornam-se cortantes
quando irmãs de pedras que quebram
quando amantes de pedras vivas.
Janelas odeiam pedras mansas.
Rio, 23/11/11 3h e 08m
Jorge Willian
que permanecem barreiras
Na janela os pingos soam
e descem tristes
o vento bate
e travado volta
o olhar transpassa
mas retorna fosco
a pedra não
ela ultrapassa a fronteira
dissolve o entrave
destrói o estorvo
sonoriza sua passagem
atinge seu desejo
estilhaça o vidro.
Há pedras, porém
entristecidas no caminho
não se movem, não voam
seus desejos calam
não conhecem as janelas intactas
que gritam de emoção e de alegria
quando espatifadas
quando cacos no chão
quando tornam-se cortantes
quando irmãs de pedras que quebram
quando amantes de pedras vivas.
Janelas odeiam pedras mansas.
Rio, 23/11/11 3h e 08m
Jorge Willian
3 comentários:
"Janelas odeiam pedras mansas".... Bela imagem! Parabéns!
Me lembrou de uma letra da Ana Carolina, de quando ela ainda escrevoia coisas maneiras...
"Atirei uma pedra na sua janela
E logo correndo me arrependi
Foi o medo de te acertar
Mas era pra te acertar
E disso eu quase me esqueci
Atirei outra pedra na sua janela
Uma que não fez o menor ruído
Não quebrou, não rachou, não deu em nada
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido
Eu só não consegui foi te acertar o coração
Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido
Aí nem precisava mais de pedra
Minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro "
Marcelo Yuka concorda contigo. O vi numa entrevista declarando que gostaria que as ideias voltassem a ser perigosas.
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