O casaco que Proust não tirava
mais que sobretudo era casa
pele, casulo protetor, alma
cheirava o casaco a palavras.
O casaco era Marcel e seu mundo.
O casaco que Marx penhorava
Era o ingresso para a biblioteca
londrina
mais que casaco era classe, distinção
e era leitura, anotações, era pão era
capital
O casaco era Karl e o seu mundo.
O casaco que sempre esqueço
enfeita o armário, ocupa nele seu espaço
o frio pouco o faz supérfluo.
Não tem meu cheiro o casaco
Ele não é meu mundo, só objeto sem uso.
Rio, 17/07/02 (10h e 40m)
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