Sim, ele vem
Vem porque já não pode não vir
Vem porque é que queremos que venha
é o que estamos a fazer
é o que estamos a construir.
E ele vem do jeito dele, não do nosso
Vem assim porque não temos o que achamos ter
fazemos sem controle
construímos sem domínio
E ele vem, e achamos que tudo podemos sem poder.
Ele, que tanto queremos, será como ele quiser
Talvez nem seja ele, nem seja ela, nem seja o que se é
Mas virá poque já está vindo.
E quando chegar, tudo será parecido
Mas nada será igual, nada mesmo.
Nada, nem o ar, nem a água, nem o gosto,
tudo será diferente.
E nós, que sempre nos achamos definidos,
Outra vez seremos apenas mutações
delírios do tempo
matérias perdendo concretudes
apenas energias, se muito,
e se desconcentrando no espaço a implodir.
Virá, ele virá, e tudo será novo de novo.
Nem o ar, nem as pedras, nem o fogo
Nada será igual e tudo permanecerá
semelhante ao que já é.
Mas nada a se repetir, é o que ele vem para nos dizer
E dirá sem palavras e sem silêncio
Ele virá e já começamos a compreender.
Sim, insisto, ele está chegando.
E seu brilho longe já começa a bater aqui
E é por isso que sei que ele vem
Porque já brilha em nós.
JORGE WILLIAN
Rio 17 de outubro de 2013 (4h e 56m)
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