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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A DIALÉTICA E A CONTRAPOSIÇÃO

       


O PENSAMENTO DIALÉTICO NÃO TRATA APENAS DA POSSIBILIDADE DA CONTRADIÇÃO NO SENTIDO DO DISCURSO. (ALGO CONTRADIZ O QUE FOI DITO ANTES). HÁ TAMBÉM O SENTIDO DA CONTRAPOSIÇÃO. Algo se contrapõe a outro. E internamente algo está constituído de contradição/contraposição. O capitalismo encontra sua contradição no socialismo, mas antes mesmo já contradizia o mundo social anterior. E o capitalismo em si é constituído de contradições . sendo formado por grupos sociais diferentes possui em seu interior a contradição/contraposição desses grupos. Ver a contradição apenas como algo conceitual só é possível para quem observa a realidade como algo sem contraposição, sem contradição. E isto não impede há quem afirma que a realidade é contraditória de produzir um discurso coerente. Pelo contrário, pode mesmo dizer que a incoerência está em quem a partir de um real cheio de contradições construir uma "realidade" discursiva que não represente esta contradição. Neste sentido não cabe mesmo o relativismo. Dizer que o ser é e não-é ao mesmo tempo não pressupõe cair no relativismo. O que se exige é a percepção da transformação daquilo que é visto positivamente como dado e que , meste sentido, é uma dado em transformação. Realmente este pensamento é muitas vezes negado, pois nem sempre a realidade da transformação é percebida e/ou assumida pelo pensamento E por isso mesmo há quem negue esta realidade, a de que tudo está em transformação e que tudo deixa de ser (merece morrer, se completar). Não se trata apenas, portanto, de uma contradição conceitual entre o que se diz e o que se nega ao se em seguida no discurso.


Uma porta é uma porta, estando aberta ou fechada. A contraposição de estar aberta ou fechada ainda não dá conta da contradição interna da porta que está deixando de ser, que está "morrendo" passando pela transformação inerente ao seu ser que está em relação com o real onde está inserido. Além disso, ela se opõe aos demais elementos do real: o portal, a parede, o lado de fora e de dentro do espaço em que foi colocada. A sua positividade de ser porta não existe sem a própria negatividade de não ser os demais elementos. E uma porta em si, isolada de tudo, só "existe" no mundo das ideias, no mundo conceitual, no mundo do discurso. No real ela só existe em relação e, portanto, em contraposição com os demais elementos do real. A sua materialidade só é possível em relação. Além disso, internamente ela é composto de átomos que estão em relação entre si e entre os demais átomos fora da porta.

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