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sábado, 26 de março de 2011

OS Vs DA VIDA, A VEZ DA MORTE

            VIDA: MORTE
   Vida que passa caminha, passa para a morte
     Vida que passa é vida que já foi vivida
      Vive a Morte a vida aqui parada
       Vida retendo o rio da vida
        Vida assim morrida
         Vida não-vida
          Vida morta
            Morte
             Fim
              V
               

VIDA: MORTE
Vida que passa passa, caminha para a morte
Vida que passa é morte que já nos chega
Vive a Morte parada aqui a vida
Vida rio retido na morte
Vida assim morrida
Vida não-vida
Morte Viva
Morte
Fim
V




                          VIDA: MORTE
            Vida que passa caminha passando para a morte
             Vida que passa é vida querendo ser vivida
              Viver a vida com morte de mãos dadas
               Vida retendo a morte apressada
                Vida assim não represada
                  Morte sem morada
                   Morte sem-vida
                     Morte sem
                      Vez
                        V


 MORTE: VIDA
Vida com a morte caminha e passa para a morte
Vida que passa é vida que já foi vivida
Viva a Morte por fim desejada
Vida não retendo seu rio 
Morte assim é vivida
Morte não sofrida
Morte: Vida !!!
Morte:  sua
VEZ
M
.



Na lembrança o primeiro poeta que em mim fez morada: Manuel Bandeira ("A vida é um milagre/ Bendita a morte que é o fim de todos os milagres")

Rio,26 de Março de 2011 (21h e 26 m)

quinta-feira, 24 de março de 2011

DITADURA E DEMOCRACIA, A AMBIGUIDADE DO DISCURSO DOS LÍDERES ESTADUNIDENSES

        A VISITA DO PRÍNCIPE REGENTE- PARTE II

Não dá para comemorar no sentido de festejar, mas não dá para esquecer e precisamos lembrar juntos (co-memorar) que há trinta e cinco anos, no dia 24 de Março de 1976, um golpe empresarial e militar na Argentina  dava início a uma das mais truculentas ditaduras do nosso continente. Em breve, no dia 31 deste mesmo mês,  teremos o aniversário do golpe militar que inaugurou no Brasil de 1964 uma série de golpes e ditaduras impostas aos trabalhadores latinoamericanos. Ditaduras estas que foram amplamente apoiadas pelos EUA. E, por coincidência, perto do final do ano, em 11 de Setembro, além da destruição das Torres Gêmeas estadunidenses, temos que relembrar do golpe de 1973 e da ditadura inaugurada no Chile que também contaram com o apoio do país de Obama.

O atual gerenciador dos interesses dos capitalistas dos EUA passou recentemente por alguns países da América Latina e fez referências positivas à democracia presente nestes países. Poderia ter feito mais. Poderia ter dito que saudava as duras conquistas de suas populações que, com muito sangue e bravura, lutaram para derrubar as ditaduras empresariais que sempre foram apoiadas pelo país que agora governa. Podia ter dito ainda que o seu país usa de duas definições contraditórias do termo "ditaduras": as dos aliados são "democracias" e devem ser apoiadas; a dos adversários devem ser combatidas. E para melhorar poderia dizer algo semelhante sobre as maneiras como usam o termo "democracias": as dos aliados são realmente "democracias" e devem ser apoiadas, principalmente se corresponderem com os interesses comerciais e militares de seu país; a dos adversários devem ser repudiadas, independente do apoio popular que tenham e que, além de repudiadas, precisam ser derrubadas para que nelas se instalem "ditaduras" ( nestes casos chamadas pelos líderes estadunidenses de "democracias") com governantes que defendam os interesses de empresas que, de fato, comandam os EUA.

É claro que nem todos os irmãos estadunidense compartilham destas ambiguidades do discurso de seus líderes. Há entre os irmãos do norte aqueles que protestam contra os apoios de seus líderes a ditadores e que defendem as frágeis democracias de países que há pouco conseguiram se libertar das ditaduras impostas com apoios de seus próprios líderes. Talvez estes irmãos também se indignassem se soubessem que aqui no Brasil, no último final de semana, pessoas foram presas por carregarem pequenos cartazes com dizeres do tipo "Fora Obama!". Os irmão do norte devem até pensar, ao saber disto: realmente é muito frágil a dita democracia brasileira.

SEGUE ABAIXO, RETIRADOS DO PORTAL "CARTA MAIOR", O ENDEREÇO COM  UM TEXTO INTERESSANTE SOBRE O GOLPE MILITAR NA ARGENTINA E OUTRO COM UMA BOA REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM DE OBAMA NO CHILE :

domingo, 20 de março de 2011

A VISITA DO PRÍNCIPE REGENTE (OBAMA NO BRASIL)

"Hegel observa (...) que todos os fatos e personagens de grande importãncia na história do mundo acorrem,por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa." (O dezoite de Brumário, Karl Marx)

Enquanto o príncipe-regente do império-mor passeia pelo Brasil, a metrópole gasta cerca de 104 bilhões de dólares por ano só para manter a sua guerra no Afeganistão (são 2 bilhões por semana). Isto sem as suas ações bélicas no Iraque e em outras partes do mundo. Por outro lado, 45 estados americanos além do distrito de Columbia estão prevendo para o próximo ano um déficit de 125 bilhões de dólares. O dinheiro que sustenta a guerra é o mesmo que falta para a população que reside no império (1).  

Obama já sabia do déficit e de suas causas. Mas vira e mexe envia mais soldados (e mais dinheiro) para as guerras. O déficit aumenta, a população local tenta manter o poder aquisitivo. O banco central americano, para evitar mais confrontos sociais, emite   mais moedas , compra-se mais mercadorias da China e de outros países que pouco  pagam aos seus trabalhadores ou os escravizam. Assim, entram mercadorias e saem dólares. Dólares aprodrecidos que cada vez valem menos, visto que o aumento artificial de sua oferta é gigantesco. O déficit aumenta e com ele teremos mais guerras no futuro para manter o controle sobre o mundo. Mais crise no império-mor criando ainda mais crises nos outros países desse sistema imperialista e nas colônias subjulgadas. Para tudo isto é necessário produzir os inimigos (líderes críticos de outros povos e/ou países que se afastaram ou tentam se afastar da hegemonia da metrópole-mor). É necessário mais ainda: produzir armas, exércitos, e, em um ciclo vicioso, sustentar a máquina de guerra e suas indústrias que consomem o maior orçamento público do mundo.

Enquanto isto ficamos aqui a bajular o príncipe. Fazemos festinhas e homenagens e, humildemente, pedimos ajuda para que possamos sentar juntos aos poderosos no Conselho de Segurança ("guerra") da ONU. E olha que somos bastante subservientes. Até ocupamos o Haiti em troca de um futuro apoio. Mas é pouco, o príncipe e o seu império gostam mesmo é de apoio incondicional. Quem sabe se acatássemos o ataque ao Irã? Ou se fôssemos a favor dos golpes antidemocráticos que tentaram derrubar diversos líderes da América Latina (Hugo Chavez, por exemplo). Triste esta sina de cachorro viralata: abanar o rabinho, comer ração e levar um passa-fora quando o dono se cansa da gente. Au-au-au. Cão que ladra não morde, diz o ditado.
Segundo Chico Xavier, este teria sedo Obama na outra encarnação,
 época em que o inpério falava a língua portuguesa ese localizava na Europa

(1) Ver mais detalhes no texto "Guerras do Afeganistão e Iraque Sugam Orçamento dos EUA" publicado no portal Carta Maior. É só clicar no endereço abaixo:

terça-feira, 15 de março de 2011

Sérgio Sampaio e a Roda Morta (A Alienação)

Sérgio Sampaio foi um dos grandes nomes da música brasileira mas, como muitos outros artistas críticos, é desconhecido de grande parte do público. Este é obrigado a ouvir "Créu" e outras baboseiras que invadem nossas rádios. Tivessem a oportunidade de ouvir Sampaio e outros compositores tidos como marginais, o público encontraria na arte uma fonte de crítica para melhor refletir sobre nossas mazelas sociais e existenciais. É o caso, por exemplo, da bela canção "Roda Morta" composta por Sérgio Sampaio e regravada por Zeca Baleiro no seu disco Lado Z. Baleiro, inclusive, já homenageou Sampaio ao produzir um disco com algumas canções do autor da famosa frase "eu quero botar meu bloco na rua".

Roda Morta  nos fala  da miséria existencial das rodas sociais  formadas pelos burgueses. A poesia da canção é contundente e a melodia é melancólica (confira abaixo do texto). Letra e música em sintonia para descrever o drama da alienação de uma classe social que, apesar de ter o controle econômico da sociedade, é tão alienada quanto os grupos sociais que ela domina (Se alguém lembrou da dialética que escraviza senhor e escravo não é mera coincidência). Sampaio nos relata a dor das "colônias de abutres colunáveis/Gaviões bem sociáveis". Nos fala da separação social entre os braçais e o mundo dos que vivem em "salões coloniais". Mas Sampaio, o que denuncia a alienação, não está alienado. Como o enforcado das cartas de tarô, o seu eu-poético se vê aprisionado pela situação("O triste em tudo isso é que eu sei disso/eu vivo disso e além disso/Eu quero sempre mais e mais").

Na estrutura social denunciada na canção de Sampaio, o conhecimento individual não liberta. Mas do que o conhecimento filosófico e/ou poético do drama social de alguns indivíduos, há uma necessidade de transformações sociais profundas para que o fim da alienação possa ser possível. A roda morta precisa ser eliminada para que a grande roda social (a sociedade como um todo) conquiste o controle de si mesma. O velho Marx, falecido em 14 de março de 1883, nos dizia que precisamos transformar o mundo e não apenas filosofar sobre ele. Mas pensar de forma crítica como o faz Sampaio já é um passo a frente em relação a quem só produz "Créu" e outras formas de idiotizar a maior parte da nossa sociedade. A obra deste autor e as de tantos outros jogados na fogueira de nossa inquisição contemporânea serviriam para nos ajudar a refletir, porém é difícil encontrar nos meios de comunicações até mesmo referência aos artistas mais críticos. Temos, contudo, na internet formas anarquizantes que burlam os novos inquisidores e, sendo assim, além dos youtubes da vida, seria importantes que nos espaços dos blogs divulgássemos nomes como o de Itamar Assumpção, Falcão, Sergio Sampaio, Baleiro, Nação Zumbi, Chico Science e outros.

Seguem, além de Roda Vida (letra e música), duas outras músicas de Sérgio Sapaio. Todas foram tiradas do You tube e é possível  acessar outras canções de Sérgio ao passar o mause sobre o vídeo da canção Vida Bandida.

Roda Morta
(Sérgio Sampaio)
O triste nisso tudo é tudo isso


Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com o desgosto e a agonia da manada dos normais.

O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez do conteúdo desses dias maquinais
E as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais,
eu mesmo e o mundo dos salões coloniais.

Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás.

Eu vejo um mofo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais.

Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame
como a tara do mais vil dentre os mortais
 morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz

O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
mais e mais

  Vida Bandida



Magia Pura

quarta-feira, 2 de março de 2011

CARNAVAL E MÚSICA PRA-PULAR-BRASILEIRA (O FREVO É NOSSO)

É CARNAVAL. COMO DEVERIA SER A MAIOR PARTE DO ANO PARA TODOS: ALEGRIA, FESTA, MÚSICA, NAMORO, PRAZERES. "MAS A VIDA É REAL E DE VIÉS",COMO NOS DISSE O VELHO CAETANO. ELA VAI DO JEITO QUE A CRIAMOS. E CRIAMOS FOMES, REPRESSÕES, TRABALHOS ALIENADOS E EXPLORAÇÕES

MAS É CARNAVAL E A GENTE BURLA A VIDA E CAI NA FOLIA. E É NESTA HORA QUE A MÚSICA FEITA PARA DANÇAR SE MOSTRA AMIGA   DA ALEGRIA, DA FESTA,  DO NAMORO, DO PRAZER. ALGUMAS MÚSICAS FEITAS PARA DANÇAR TEM LETRAS BELÍSSIMAS, OUTRAS QUASE OU NADA DIZEM, MAS AO OUVI-LAS OS CORPOS SE MEXEM. PODE SER UM FREVO, UM SAMBA, UM ROCK, UM FUNK...PODEMOS ATÉ DIZER QUE NÃO GOSTAMOS, MAS SUAS BATIDAS FAZEM O CORPO REMEXER. PODE NÃO GOSTAR, "MAS NO ENTANTO ELE SE MOVE, COMO PROVA O GALILEU" DA PEÇA DO VELHO CHICO. O QUE TERIA SIDO DAS FESTAS SEM O (QUASE) NADA DIZER DE BENJOR, TIM MAIA E OUTROS?

GOSTO MUITO DE SAMBA, MAS ACHO QUE A MÚSICA BRASILEIRA MAS DANÇANTE É O FREVO. RASGADO OU CANÇÃO, DE BLOCO OU DE RUA, O FREVO NOS FAZ FERVER. ONDE ELE SE APRESENTA O CARNAVAL É AINDA MAIS POPULAR. PENA QUE A BAHIA QUE NOS DEU GRANDES COMPOSITORES DE FREVO (MORAES MOREIRA, POR EXEMPLO) HOJE PÕE CORDAS SEPARANDO O POVO DOS GRUPOS CARNAVALESCOS DE LÁ. SÓ O TRIO ELÉTRICO COMANDADO POR ARMADINHO SE ABRE REALMENTE AO POVO. E O TIO ELÉTRICO DE OSMAR AINDA NOS APRESENTA O FREVO DOS BAIANOS. OS OUTRO CADA VEZ MAIS CAEM  NA TENTAÇÃO FÁCIL DO AXÉ MUSIQUE.

FELIZES SÃO OS PERNAMBUCANOS: "É O FREVO , É O FREVO. É O FREVO", NA HOMENAGEM DA MANGUEIRA. ELES TEM O VASSOURINHA, O MAESTRO SPOK, GALO DA MADRUGADA, SILVÉRIO, LULA QUEIROGA, GERALDO AZEVEDO E O ELÉTRICO E CARNAVALESCO ALCEU VALENÇA. UM RARO "JOVEM" HOJE QUE NOS ENCANTA DESDE OS ANOS 70. PAI DE  MORENA TROPICANA,  ANJO AVESSO, MARACATUS, FREVOS E OUTROS RITMOS DE NOSSA CULTURA. ALCEU É HOJE UM DOS MAIORES EXPOENTES DE  NOSSA MÚSICA POPULAR, PRINCIPALMENTE A FEITA PARA DANÇAR. E NO SEU CASO, COM  LETRAS QUE TEM O QUE NOS DIZER. 

PARA  HOMENAGEAR O FREVO E OS SEUS CRIADORES SEGUE UMA SÉRIE DE VÍDEOS SOBRE O TEMA.

FREVO, UMA PEQUENA HISTÓRIA
da capoeira ao frevo

O FREVO E A GUARDA SOVIÉTICA (MONTAGEM)
 Galo da Madrugada: "ontem sonhei que estava em Moscou"
E aproveite para ouvir algumas canções russas.


ALCEU E A LUA DE OLINDA

Um frevo de Alceu, mas no final desta apresentação tem mais

ESCOLA DE FREVO

A transformação que a dança  frevo permite à juventude

FREVO CANÇÃO "TAPIOCA DE OLINDA"
Um frevo em um dos melhores disco de Moraes  

CAETANO HOMENAGEIA O TRIO DE DODÔ E OSMAR
"atrás do trio elétrico só não vai que já morreu"

RITMOS DA FOLIA (SARAU)
músicas e entrevista sobre  e os ritmos do carnaval pernambucano