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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Drummond e o Verbo Ser

                                    
        Segue um poema de Drummond para que possamos repensar a questão do ser que somos e não somos, que nos tornamos e que deixamos de ser:

                                             Verbo Ser
Que vai ser quando crescer? vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá pra entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

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          Nesse mês de agosto o primeiro livro publicado pelo nosso poeta mineiro estará completando oitenta anos. O ser de Drummond poeta se  faz vivo em sua obra e na releitura que possamos fazer dela. Ler um Drummond é sempre ser obrigado a refletir. É ele uma pedra no sapato dos que querem poesia apenas como passa tempo e não gostam de filosofia. Quando o encontrei nos livros  do final de minha adolescência, mais do que as pedras de  Itabira e todos os seus metais descobri que tinha um Drummon em meu caminho e que  em meu caminho tinha um Drummond. Assim,  na minhas buscas pelo mundo da poesia, o querido Bandeira de Parsárgada ganhou  um companheiro. Mas tarde outros também vieram participar aqui dentro.

Um comentário:

Giovana disse...

Sabia que eu aprendo demais com esses seus textos?
Adoro passra por aqui.....