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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Apesar deles, amanhã há de ser outro dia. Será?

                Há muito tempo trago com carinho estes versos da canção do Nelson Cavaquinho aqui dentro de mim. Eles nos falam sobre a esperança em tempos de desespero. Falam também da vitória do bem, pois, afirmam que "do mal será queimada a semente". A canção de Nelson lembra a do Chico da época da censura, das canções de protesto como aquela que dizia que não havia como reter o futuro, que seria melhor, ("apesar de você, amanhã há de ser outro dia/ ... como vai proibir quando o galo insistir em cantar..."). Lembra também das canções de Ivan Lins e Victor Martins ( "meu amor não sabia por que nunca amanhecia/ é que existia um vigia na porta de cada dia"). Lembra o Gonzaguinha, o João Nogueira e tantos outros que se foram ou da vida, ou da canção ou do desejo de expor suas indignações através da arte. E veja bem, temos tantos motivos para nos indignar: caverões, hospitais fantasmas que parecem filmes de terror, escolas que passam para frente ( do precipício social) crianças que nada sabem ler, democracia do "sim, senhor". E os responsáveis diretos por isso tudo pedem votos: Cabral, Maia, Serra, FHC, Lula.... Eles todos desencaminham a democracia que lutamos muito para tentar conquistar. E apesar de tudo isso,  onde estão os artistas e seus  protestos? Alguns servem fazendo canções para os mesmos políticos (veja o caso do Dominguinhos da sanfona e do PSDB), outros falam bobagens sexuais e exaltam a violência física e moral e raros nos fazem pensar os dilemas sociais. Entre estes últimos, quero lembrar e destacar o Zeca Baleiro, o Lenine e o Rappa  (sei que existem alguns outros indignados, mas que a mídia não nos permite conhecer). Na arte e na política, a semente do bem perdeu força e a do mal floresceu, mas será que um dia "do mal será queimada a semente"? e que apesar deles o amanhã será melhor? O que você acha?


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                                PS: acabo de ouvir na televisão o Maia dizendo que "investir em educação é investir no futuro"...é sádico ou piadista??? E o Cabral já havia dito que o governo dele (e seus caverões, é claro) está nos dando a paz. Só se for a do cemitério!!!   Segue abaixo um vídeo com uma canção  de Sérgio Sampaio, um dos esquecidos da nossa MPB. As imagens são da época da nossa última ditadura, principalmente do enterro do estudante secundarista Édson Luis. Época em que as pessoas se indignavam quando um estudante era morto. Hoje... "agora é moda": crianças mortas em capa de revista (brinquei com a canção da Rita Lee).


                              


Um comentário:

Giovana disse...

Gostei querido. Vc tem toda razão ao dizer que existem outros indignados que a midia não nos permite conhecer. Vc é um desses né?
Ainda bem que tenho o privilegio de ser sua miga e estar ao seu lado e não preciso da midia para ler essas maravilhas que você escreve.