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domingo, 23 de dezembro de 2012

AQUI DENTRO NÃO SEI



Sei lá!
Sei lá, não sei, não!
Não, não sei!
Sei nada do que está acontecendo
O que está acontecendo mesmo?
O que é este sentimento?
Vai, ajuda-me ...
Mas não leve a sério tudo o que falo
Saio falando tudo
E os dedos saem digitando
Mas eles não sabem o que sinto
Nem eu sei. Como eles saberiam?
Amor?! Sei, não!
Dor?! Sei, sim.
Sei lá!
Seria mais fácil se fosse parede
Ou número ou flor ou bicho
Tudo aí fora.
Mas aqui dentro... sei não!

Rio, 23 de dezembro de 2012 (21 h e 02 min)


 (Leo Bruno Lino e Jorge Willian)



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

AH, O AMOR!

PARA A AMIGA DIVINA DE JESUS SCARPIN

Ah , o amor, aquilo que nos desequilibra e nos faz mas vivo!
Há quem ame seres vivos, concretos, reais.
Mas há quem ame seres simbólicos,seres abstratos,
seres que são por que não-são.
E eu tentando amar a todos, a quase todos.
Aos que amam seres concretos e seres abstratos.
Seres divinos e o ser de Divina.
Eu que amo os homens que constroem concretos, muros, paredes.
Que amo outros homens que constroem sonhos, mundo hoje não real,
simbólico, futuro, utópico.
Amo, mesmo combatendo contundentemente, alguns outros homens
que combatem a possibilidade dos sonhos,
dos delírios,
dos desejos utópicos hoje.
Reais nem sei quando.
E odeio, ah odeio! sim, odeio!
Odeio a possibilidade de que em nome dos símbolos das verdades
se destruam os amores,
amores dos que amam a concretude
e amores dos que amam os símbolos.

Jorge Willian
Rio, 12 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Estupros e Linchamentos

E assim foi-se o dia
A noite rasgou-lhe o tecido
E penetrou-lhe
Sem licença
Sem desculpas
Sem palavras.
Apenas rasgou e jogou fora
Os trapos do dia.
Garbosa e valente
A noite vagueia pela vida agora
Sem saber ou perceber
Que se  prepara o dia
Para romper-lhe a genitália
Rasgar-lhe as entranhas
Penetrá-la sem desculpas
Sem licença
Sem palavras.

São assim os dia e noites
Quando a poesia perde a doçura
Quando as imagens e ações
De homens concretos
São linchamentos
De outro homem.

Jorge Willian
Rio, 10/12/12