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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

SAMBA PARA NOEL



Pensava eu, ao voltar do trabalho, em Paulinho da Viola. Nem lembro bem por que, mas  Paulinho sempre aparece do nada. Uma melodia triste se fez presente e os dedos batucaram sem  saber como, mas insistiram. Junto surgiu o primeiro verso, a sofreguidão, e a Paulinho juntou-se  Noel. Novos versos surgiram e Paulinho se foi como veio, mas ficou Noel lá no inconsciente falando do seu Último Desejo. Cheguei em casa e logo esqueci a melodia e os versos não eram como ela desejava. Talvez por isto ela escondeu-se até hoje, quando, também na volta do trabalho, trouxe consigo os versos  substitutos que acho que cabem como uma singela homenagem ao poeta popular da Vila Isabel.

DOCE COMO FEL
O meu coração
Não é de papel
É sofreguidão
Como o de Noel
Em seu desejo
Antes lá do céu.

Vem me dá um beijo
Doce como fel
Último Desejo
Deste pobre réu
Que em seu lampejo
No final cruel
Lembrou do gracejo
Do mestre Noel,
Lembrou do gracejo
Do doutor Noel.
Último Desejo
Vila Isabel.

 Lembrando do mestre:


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O NOVO MUNDO

Tempo estranho
tudo parece temer o dia que nasce
tenta-se proibir o sol de nascer
o galo de cantar
a semente de germinar
o decrépito de morrer

Como deuses, eles se sentem:
tentam parar o tempo
queimar o sol
emudecer o galo
torrar a semente
rejuvenescer  o velho.

Mas a vida, esta que tudo anima e mata,
trará o novo dia
e galos cantarão
e sementes trarão flores e frutos
e o velho morrerá
e um novo mundo vai nascer.

Jorge Willian
Rio, 21 de Outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

NADA SERÁ IGUAL (PARA AMANDA E AMENDOIM / THOMÁS )

Sim, ele vem
Vem porque já  não pode não vir
Vem porque é que queremos que venha
                   é o  que estamos a  fazer
                   é o que estamos a construir.

E ele vem do jeito dele, não do nosso
Vem assim porque não temos o que achamos ter
                         fazemos sem controle
                         construímos sem domínio
E ele vem, e achamos que tudo podemos sem poder.

Ele, que tanto queremos, será como ele quiser
Talvez nem seja ele, nem seja ela, nem seja o que se é
Mas virá poque já está vindo.

E quando chegar, tudo será parecido
Mas nada será igual, nada mesmo.
Nada, nem o ar, nem a água, nem o gosto,
                    tudo será diferente.

E nós, que sempre nos achamos definidos,
Outra vez seremos apenas mutações
                            delírios do tempo
                            matérias perdendo concretudes
                            apenas energias, se muito,
                             e se desconcentrando no espaço a implodir.

Virá, ele virá, e tudo será novo de novo.
Nem o ar, nem as pedras, nem o fogo
Nada será igual e tudo permanecerá
                        semelhante ao que já é.
Mas nada a se repetir, é o que ele vem para nos dizer
E dirá sem palavras e sem silêncio
Ele virá e já começamos a compreender.
Sim, insisto, ele está chegando.
E seu brilho longe já começa a bater aqui
E é por isso que sei que  ele vem
Porque já brilha em nós.

JORGE WILLIAN

Rio 17 de outubro de 2013 (4h e 56m)

sábado, 28 de setembro de 2013

SEGUE UM TEXTO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. O TEXTO TENTA EXPLICAR OS MOTIVOS QUE LEVARAM OS EDUCADORES A OCUPAR A CÂMARA DE VEREADORES DA CIDADE



 PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO OCUPARAM A CÂMARA DOS VEREADORES

  Os profissionais da educação do Município do Rio de Janeiro, querem esclarecer as razões que os levaram a ocupar a Câmara de Vereadores.
Conforme noticiado na imprensa, estiveram em greve por mais de 30 dias com o objetivo de defender uma escola pública e de qualidade para todos. Para que isso aconteça, é fundamental a valorização dos profissionais da Educação, a melhoria das condições das escolas, assim como a garantia de uma pedagogia que promova uma formação autônoma, que permita a transformação da realidade de nossos alunos.
Retornamos às escolas no dia 11 de setembro, em estado de greve; após o Prefeito Eduardo Paes ter assinado o compromisso de cumprir vários ítens de nossa pauta. Passando por cima de sua própria assinatura, o Prefeito descumpriu com praticamente tudo que havia se comprometido, inclusive negando-se a sentar para negociar, embora tenha sido procurado para isto diversas vezes pelo nosso sindicato.
Não satisfeito, o Prefeito Eduardo Paes tentou empurrar “goela a baixo” dos profissionais da educação um projeto de lei que destrói o ensino público do Rio de Janeiro. Tal medida foi encaminhada à Câmara de vereadores, em sua maioria submissa à figura de Eduardo Paes. 
Destacamos que o plano não contempla 93% dos profissionais de educação da rede municipal e, mesmo aqueles incluídos,os professores de 40 horas, não se sentem contemplados. Além disso, o Prefeito manteve a tática de veicular na imprensa INVERDADES como propostas de reajuste de 35% e, recentemente, um aumento salarial de 60%.
Voltamos à greve no dia 20 de setembro e, mesmo assim, o Prefeito Eduardo Paes e a maioria dos vereadores mostraram-se insensíveis quanto à necessidade de uma discussão democrática envolvendo a nossa categoria e o nosso sindicato e toda a sociedade de um modo geral.
Por essas razões, não nos restou outra alternativa: desde quinta-feira ocupamos a Câmara dos Vereadores exigindo negociações e a retirada deste plano, que, entre outras coisas, legaliza a figura do professor polivalente. Um professor que poderá, tendo formação em Matemática, por exemplo, lecionar diversas matérias; e, além disso, este mesmo profissional poderá atuar também do 1º ao 9º ano. Cabe ressaltar que essa medida da Prefeitura do Rio de Janeiro passa por cima do bom senso e das regulamentações do Ministério da Educação.
Nossa ocupação é fruto da intolerância e do descaso do Prefeito e de grande parte dos vereadores com a Educação. Assim como reflete a preocupação de professores, funcionários e da população que nos apoia e deseja uma Educação digna, pública e de qualidade para a cidade do Rio de Janeiro.
Nosso futuro, nossos alunos merecem nossa luta.
Ocupar, Resistir, Lutar para garantir!