Amigos e/ou Leitores

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

NADA SERÁ IGUAL (PARA AMANDA E AMENDOIM / THOMÁS )

Sim, ele vem
Vem porque já  não pode não vir
Vem porque é que queremos que venha
                   é o  que estamos a  fazer
                   é o que estamos a construir.

E ele vem do jeito dele, não do nosso
Vem assim porque não temos o que achamos ter
                         fazemos sem controle
                         construímos sem domínio
E ele vem, e achamos que tudo podemos sem poder.

Ele, que tanto queremos, será como ele quiser
Talvez nem seja ele, nem seja ela, nem seja o que se é
Mas virá poque já está vindo.

E quando chegar, tudo será parecido
Mas nada será igual, nada mesmo.
Nada, nem o ar, nem a água, nem o gosto,
                    tudo será diferente.

E nós, que sempre nos achamos definidos,
Outra vez seremos apenas mutações
                            delírios do tempo
                            matérias perdendo concretudes
                            apenas energias, se muito,
                             e se desconcentrando no espaço a implodir.

Virá, ele virá, e tudo será novo de novo.
Nem o ar, nem as pedras, nem o fogo
Nada será igual e tudo permanecerá
                        semelhante ao que já é.
Mas nada a se repetir, é o que ele vem para nos dizer
E dirá sem palavras e sem silêncio
Ele virá e já começamos a compreender.
Sim, insisto, ele está chegando.
E seu brilho longe já começa a bater aqui
E é por isso que sei que  ele vem
Porque já brilha em nós.

JORGE WILLIAN

Rio 17 de outubro de 2013 (4h e 56m)

Nenhum comentário: