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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SOLIDÃO (PARTE 3)

O POEMA ILHADO ENTRE DUAS SOLIDÕES

Toda solidão pode ser regada a vinho, cachaça, cerveja,  lágrimas e qualquer outro líquido que entorpeça a alma. Prefiro algo mais etéreo, prefiro as canções. Elas tem a facilidade de entorpecer a minha existência, por mais realistas que sejam as suas letras. É doce a presença da música, principalmente, nos momentos em que busco ou me jogam na solidão. Cito, para homenagear, no poema Ilhado (postado aqui em Dezembro) dois músicos brasileiros que muito contribuíram para que as minhas solidões fossem regadas com doçura (arte). Paulinho da Viola e Alceu Valença tornam doce este sentimento que afeta(ou) a qualquer ser humano. Sentimento de isolar-se ou de estar isolado. Sentimento de a nada pertencer, de com nada se identificar. Sentimento de, estando, em nada estar. Sentimento também necessário para se autoconhecer. De se encontrar onde sempre se esteve. Sentimento de não se relacionar até que se perceba que só somos relações. Sentimento que fere e fortalece alguns, mas que a outros devora. Sentimento que uns buscam morbidamente e que a outros amedronta. Uns buscam, outros tentam fugir. Só ou acompanhado, a solidão nos torna ilhado em nosso micromundo.
 Espero que as canções que exponho aqui adoce as nossas próximas solidões. Alceu regravou sua própria canção "Solidão" (veja a letra na postagem anterior) e a fez ficar ainda mais triste. De outra forma, com a sua viola e na voz suave de Marisa Monte, o mestre Paulinho nos diz que todos dançamos  "A dança da solidão". O poema "Ilhado" foi criado em um desses momentos em que a solidão é a companheira possível e indesejada. Momento em que se quer a presença das pessoas do nosso mundo pessoal e que se quer estar em outro espaço geográfico, aquele espaço ao qual pertencemos e que, por topofilia, nos pertence também.

  
   Após Solidão é possível ouvir outras canções do mastre Alceu,  de
     Geraldo Azevedo, de Elba Ramalho... é só ir clicando para ouvir

Ilhado
Estou ilhado
Longe de você
Dos seus olhos, boca, ouvidos
Estou ilhado
Longe dos meus
Nenhum amigo perto                                         
Estou ilhado
Longe da minha estante
Nas mãos o Gramsci
Mas ainda mais distante
Estou ilhado
Longe dos discos meus
Paulinho da Viola e Alceu na mente
Solidão, a dança de todos
Estou ilhado
Absolutamente como Deus
Longe até de mim...sozinho estou
 ( JWCL   Angra dos Reis, 25/02/93)
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2 comentários:

Giovana disse...

Meu anjo, já disse que chamo vc e anjo pois amigos sao anjos que nos ajudam a voar quando nossas asas se esquecem de como s efaz isso. Exolico para não causa porblema pessoal para vc, ma sagora me refeirndo ao texto, vc parece q escreveu isso extamente para mim, quando diz que a solidão as vezes vem acompnahada de lágrima ,e no meu caso como vem.... E também de música, sempre tem uma musica que te faz lembrar a pessoa que vc esta "sentidno falta' mas de qualquer maneira, no meu caso, eu choro do mesmo jeito... Ao ouvir amusica e lembrar de pessoa, mas é um choro bom entende? Pq s evc snete solidão, saudade de alguém ´q poruqe essa pessoa de alguma fora é BOA para vc.....
E Em relação ao poema, é xtamente assim que estou nesse moneto dificil da minha vida, ILHADA, SOZINHA, NENHUMA AMIGO POR PERTO....
Gostei do post mas confesso que ele me fez chorar...

Jorge Willian da Costa Lino disse...

Giovana,
Solidão boa é aquela que nos permite nos fortelecer. descobrir que, ainda que só, somos a nossa melhor companhia. Mas depende de como a encaramos. A solidão que dói, que devora como nos fala Alceu parece ruim. Mas ela pode virar a que nos ensina. As vezes quando estou ilhado busco a companhia das canções e dos "amigos" que guardo na estantes da casa. Com a canção e com as letras viajo muito e em boas companhias.
Um abração.