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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CINCO POEMAS ANTIGOS / ANOS 90

Há pouco tempo o poeta me confessou que queria que as eleições acabassem logo. Disse-me ele que um tal sociólogo metido a besta havia invadido seu espaço e que praticamente monopolizara o Blog. Disse-lhe para ter paciência, pois o momento pedia um pouco de reflexão sobra o mundo social. Ele, com o seu jeito casmurro, respondeu-me que isto ele também já fazia, mas de uma forma menos chata e com poesia. Percebi que era ciúme e fingi que ele tinha razão... Ele disse, "deixa estar, vou postar um bando de baboseiras minhas e quero ver". Pois é, tive que postar esses 5 poemas antigos para satisfazer o poeta ciumento que mal sabe que o sociólogo metido a besta quer mais é descansar, dormir, sonhar (ter pesadelos e delírios) com uma tal moça que conheceu faz pouco e chamam de Dilma.


FLORES E CIDADES

Flores lindas, flores cheirosas
flores, florestas e paixão.
Flores vida, flores mortes
Flores florestas e coração

Haviam flores, florestas e mares
Haviam flores, mares e marés
Haviam flores, corações e amores
Haviam flores, paixões e fé

Haviam não homem e mulher
Depois flores, homem e mulher
Flores, florestas depois cidades
Cidades haviam, flores também
Cidades, homens, flores, mulheres.

Haviam flores e florestas
Depois flores e cidades
Hoje... hoje?

Rio, 17/09/90



CONVITE
As andorinhas bailam no ar
Anunciando que hoje é mais um dia de festa,
Não por ser diferente dos demais,
Mas é que estamos vivos
Eu, a andorinha e você,
E isto  nos é um bom motivo:
Viver, meu amor, Já é a festa
vamos bailar.

Rio, 27/11/90




PORTAS N. 02

O que me importa
As portas que o mundo
Fechou para mim?
Parece absurdo
Mas sou poeta
E, nessa agonia,
Prefiro transpassar as paredes
Abandonar a concretude
E beijar a poesia.

18 DE MARÇO DE 1991

3 comentários:

Giovana disse...

Confesso que tambem estava morrendo de saudade do poeta. Adoro seus poemas meu amigo querido. Gostei muito do Convite e desse ultimo Portas 2
Realmente acho q a vida é um pouco assim.
Temos que fazer os impossivel pelos nossos sonhos, por mais dificil que possa parecer.
Mesmo que se fechem todas as portas. Edai? Pulamos a janela, ultrapassamos as paredes como vc mesmo disse e, se mesmo assim não for possivel, a gente arruma uns dinamites e implode as portas, rsrsrsrsrs

Jorge Willian da Costa Lino disse...

Portas fechadas e paredes arrombadas: arrombou a festa. E as dinamites, Giovana, são o riso, a emoção ou o que cada um quiser e/ou fazer de bom.
Em abração.

Gabriela disse...

Vim agradecer a visita; é sempre muito motivador comentários como os seus. Obrigada também pelas referências, com certeza vou pesquisar sobre elas.
O pensar é de todos e é sempre bom compatilhar dele com pessoas que têm algo a nos acrescentar.



Vamos bailar a vida
Florear homens, mulheres e cidades
Que há de se fazer dela além disso?

Vamos bailar a vida
Florear tudo que há por aí
Porque, no fim,
o que conta é o clichê do que se plantou
E quanta poesia disso brotou.